Um poema social

Da janela de zinco a criança olhou A cidade perversa que a condenou Matando a esperança de um gesto de paz Embaixo de pontes há seres carnais E pelas calçadas um cheiro ruim Com carros partindo a nos reprimir Entre vidros fechados e faróis pirilampos Ouço gritos ardentes de crianças em prantos Menino que mora na favela Menino de eterna escuridão Menino que mora na viela É fruto de nossa omissão Em copos vazios e pratos sem fundos A fome se encontra na frente do mundo Com todos presentes, embora sem ter Comida decente para o povo comer Por isso, sigo na vida incomum Cantando a esperança, vivendo a lembrança E lutando por um Menino que mora na favela Menino de eterna escravidão Menino que mora na viela É mera vergonha da Nação.

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