um poema feito por mim

O poema que escrevi Nasceu em uma folha de papel Num parto iluminado Onde a inspiração Deu a luz A composição Depois do nascimento Um vento soprou Ninguém sabe de onde E levou o poema pra longe Ele viajou até as nuvens Flutuou na correnteza Repousou na ventania De repente A brisa parou O zéfiro descontinuou E o poema aterrissou Encima de um arbusto Bateu no galho de um carvalho E despertou com o susto Naquele instante O poema abriu o coração Olhou ao redor E pela primeira vez enxergou o mundo Que parecia tão simples Mas era profundo Encantado com o que viu O poema observou a paisagem Que o envolvia Como fosse A própria poesia Os campos verdes O fazia imaginar O céu azul O fazia sonhar E um pássaro que cantava Mais o inspirava O poema Ouvia os gorjeios No ritmo da cantoria Que milagrosamente se expandia Depois de se fartar Com o canto do sabiá O poema caminhou sorrateiramente Desceu a encosta Encontrou a água mansa E uma carpa colorida Que nadava pela vida O poema Ficou afoito com o novo amigo Assim brincaram na torrente de uma gruta Afastaram-se até limo E escorregaram em uma pedra bruta A carpa desmaiou Perdeu os sentidos Rolou pela cascata E o poema Nunca mas viu O amigo que por pouco existiu O poema ficou triste Com o fatídico acontecimento Com expressão melancólica Chorou por dentro As suas lágrimas rolaram Pela nascente do rio Que embora cheio Tinha um grande vazio Entristecido O poema sentou Num banco de areia E se assustou Ao ver as Letras Que formava o seu corpo Refletidas no espelho da água De repente O alfabeto começou se juntar Formando palavras Que procurava acalentar O poema Ficou assustado E começou ler encantado As expressões que surgiam Saudade, amizade, fraternidade e esperança. Que lhe trazia boas lembranças Do amigo que partiu Então o poema sorriu Ele Esqueceu um pouco do sofrimento Começou a brincar com as letrinhas Que o animaria Pegou as vogais e as consoantes E com um toque de magia Tudo que escrevia aparecia Formou a palavra borboleta Surgiu uma azul Que voou sobre o rio Depois pousou em uma flor Encantado pela aparição Logo fez uma nova união E criou um lenço Empolgado com a maestria Escreveu nuvens Então começou a chover Apagou rapidamente E o sol veio nascer Depois de tanto brincar com os vocábulos Parou por um instante Meditou uma palavra interessante Pegou três vogais e três consoantes E escreveu menino De repente Surgiu um pequeno corpo Que sentiu a brisa E olhou ao redor A seguir se ergueu por inteiro E um raio de luz envolveu a sua mão O poema virou menino Que ficou encantado Como uma nova inspiração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem vindo!