Blog de Décio Machado, poeta, escritor, artista plástico, editor de livros, criador do relógio de sol de São Gonçalo, imortal da academia de letras de São Gonçalo, criador de um novo estilo literário (compactualismo universal), formado em Administração pela Universidade Federal Fluminense, superintendente de operações culturais da Fundação de Artes de São Gonçalo.
um poema feito por mim
O poema que escrevi
Nasceu em uma folha de papel
Num parto iluminado
Onde a inspiração
Deu a luz
A composição
Depois do nascimento
Um vento soprou
Ninguém sabe de onde
E levou o poema pra longe
Ele viajou até as nuvens
Flutuou na correnteza
Repousou na ventania
De repente
A brisa parou
O zéfiro descontinuou
E o poema aterrissou
Encima de um arbusto
Bateu no galho de um carvalho
E despertou com o susto
Naquele instante
O poema abriu o coração
Olhou ao redor
E pela primeira vez enxergou o mundo
Que parecia tão simples
Mas era profundo
Encantado com o que viu
O poema observou a paisagem
Que o envolvia
Como fosse
A própria poesia
Os campos verdes
O fazia imaginar
O céu azul
O fazia sonhar
E um pássaro que cantava
Mais o inspirava
O poema
Ouvia os gorjeios
No ritmo da cantoria
Que milagrosamente se expandia
Depois de se fartar
Com o canto do sabiá
O poema caminhou sorrateiramente
Desceu a encosta
Encontrou a água mansa
E uma carpa colorida
Que nadava pela vida
O poema
Ficou afoito com o novo amigo
Assim brincaram na torrente de uma gruta
Afastaram-se até limo
E escorregaram em uma pedra bruta
A carpa desmaiou
Perdeu os sentidos
Rolou pela cascata
E o poema
Nunca mas viu
O amigo que por pouco existiu
O poema ficou triste
Com o fatídico acontecimento
Com expressão melancólica
Chorou por dentro
As suas lágrimas rolaram
Pela nascente do rio
Que embora cheio
Tinha um grande vazio
Entristecido
O poema sentou
Num banco de areia
E se assustou
Ao ver as Letras
Que formava o seu corpo
Refletidas no espelho da água
De repente
O alfabeto começou se juntar
Formando palavras
Que procurava acalentar
O poema
Ficou assustado
E começou ler encantado
As expressões que surgiam
Saudade, amizade, fraternidade e esperança.
Que lhe trazia boas lembranças
Do amigo que partiu
Então o poema sorriu
Ele
Esqueceu um pouco do sofrimento
Começou a brincar com as letrinhas
Que o animaria
Pegou as vogais e as consoantes
E com um toque de magia
Tudo que escrevia aparecia
Formou a palavra borboleta
Surgiu uma azul
Que voou sobre o rio
Depois pousou em uma flor
Encantado pela aparição
Logo fez uma nova união
E criou um lenço
Empolgado com a maestria
Escreveu nuvens
Então começou a chover
Apagou rapidamente
E o sol veio nascer
Depois de tanto brincar com os vocábulos
Parou por um instante
Meditou uma palavra interessante
Pegou três vogais e três consoantes
E escreveu menino
De repente
Surgiu um pequeno corpo
Que sentiu a brisa
E olhou ao redor
A seguir se ergueu por inteiro
E um raio de luz envolveu a sua mão
O poema virou menino
Que ficou encantado
Como uma nova inspiração.
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